Por Dra. Mônica Martellet
Farmacêutica Esteta • PhD em Biotecnologia em Saúde
CEO da Clínica Dra. Mônica Martellet Estética Avançada • Professora Universitária •
Colunista da Florida Review Magazine
Quantas vezes você já adiou algo que queria fazer por si mesmo?
Quantas vezes colocou outras prioridades à frente do seu desejo e chamou isso de maturidade?
Quantas vezes se olhou com vontade de mudar, de cuidar, de começar… e parou na dúvida do que os outros pensariam?
Esse roteiro é mais comum do que parece. Muitas pessoas passam anos esperando o momento certo para se escolher. Para olhar para si com gentileza. Para fazer, finalmente, aquilo que sempre desejou, mas que nunca teve coragem de realizar. A verdade é que o momento ideal nem sempre chega. E cuidar de si não tem relação com tempo livre ou perfeição. Tem a ver com presença. Com escuta interna. Com maturidade emocional para reconhecer o que faz sentido agora. Muitas vezes, o cuidado começa com algo simples: dar valor ao que te faz bem, mesmo que pareça pequeno. Valorizar o que
você gosta em si mesma. Fazer o que você deseja, sem justificativas, sem permissão externa.
E, nesse caminho, a estética pode ser uma aliada. Quando bem aplicada, com ética e propósito, ela deixa de ser sobre correção e passa a ser sobre expressão. Um protocolo estético pode ser, sim, um ato de consciência. Um ponto de reinício. Uma forma de se reencontrar com a imagem que ficou para trás, ou de revelar uma nova versão de si mesma, mais viva, mais alinhada, mais sua.
Vivemos em uma sociedade que aplaude a pessoa que suporta tudo, que realiza para todos, que se apaga em nome das funções que exerce. Mas quase nunca aplaudimos quem cuida de si com delicadeza. Quem reserva tempo para si. Quem decide que o autocuidado não é luxo, é estrutura.
E isso exige coragem. Coragem para não se anular. Coragem para parar de esperar.
Coragem para se priorizar sem culpa. Porque sim, é preciso coragem para se olhar com mais carinho do que crítica. E para transformar esse olhar em ações pequenas, consistentes, verdadeiras.
O cuidado não precisa de ocasião. Ele só precisa de decisão. E essa decisão, quase sempre, começa com uma escolha silenciosa: “eu mereço”. Escolher-se é uma forma de amor. Uma forma de respeito. Uma forma de presença. Em um mundo que cobra tanto e oferece tão pouco espaço para a escuta interna, quem decide se cuidar está, na verdade, reescrevendo a própria narrativa com mais autonomia, mais leveza e mais verdade.
Se esse texto te lembrar de algo que você adiou por tempo demais, talvez esse seja o momento de começar, por você.